Trouxemos a Dra. Bruna Marques para falar especialmente com você, mulher, sobre saúde feminina e formas de prevenção do câncer de mama:
Neste mês de outubro há uma campanha mundial em alerta a prevenção ao câncer de mama, o Outubro Rosa, para chamar a atenção para esta doença que é a segunda maior causa de morte feminina no Brasil.
A alimentação pode fazer muito pelo câncer de mama, e estima-se que 30% tem como causa principal o estilo de vida e má alimentação.
Um estudo recente observou que mulheres que receberam o diagnóstico do câncer de mama (em sua maioria) tinham hábitos alimentares ruins. As mesmas estavam ingerindo baixa quantidade de frutas, legumes e verduras; e mais da metade das pacientes estavam consumindo alta quantidade de industrializados ricos em farinha branca, açúcar, sódio e gorduras vegetais. Resultando assim em um corpo inflamado, com desequilíbrios hormonais e metabólicos significativos e além de apresentarem deficiência de vitaminas importantes.
Manter uma alimentação saudável como um todo, com poucos alimentos industrializados, açúcar e produtos de origem animal tem uma atuação significativa na prevenção de todos os tipos de câncer. Mas há também alimentos específicos para a prevenção de câncer específicos, como o câncer de mama.
- No caso do câncer de mama, a alimentação vai atuar otimizando a detoxificação e reduzindo o excesso do estrógeno, um hormônio bastante ligado à ocorrência do câncer de mama.
Como dito anteriormente, o super estímulo do estrógeno pode se dar por uma questão genética, e também pela alimentação. Alguns alimentos aumentam o estrógeno de forma direta por conterem em sua formulação mais estrógeno, como é o caso dos laticínios. Já outros, atuam reduzindo a eliminação de estrógeno pelo corpo ou mesmo alterando as microbiota intestinal, que também interfere na reabsorção dele.
Algumas das características da dominância de estrógeno são:
Nas mulheres: retenção de líquido, grande perda de sangue na menstruação, ganha peso com facilidade, grande alteração emocional e dor de cabeça nos períodos pré-menstrual, bexiga solta, seios doloridos ou inchados.
Nos homens: estar acima do peso e desenvolvimento mamário
Dentre os alimentos que devem ser evitados em excesso para a prevenção do câncer de mama estão:
- bebidas alcoólicas
- laticínios
- contaminação por plástico (alimentos em recipientes plásticos ou enlatados)
- excesso de cafeína
- carnes e alimentos de origem animal
- excesso de alimentos refinados
Alguns dados importantes:
- Estudos recentes tem mostrado que o consumo de uma dieta a base de plantas pode reduzir o câncer de mama em até 50%.
- Os laticínios, além de terem uma alta dose de estrógeno, também estimulam o IGF-1 que é um fator de crescimento celular, o que pode estimular o crescimento de células cancerígenas.
- Mulheres que consomem uma dieta rica em proteínas animais (carnes, ovos e laticínios) tem um risco 75% maior de desenvolver câncer.
- Os componentes plásticos, possuem compostos (principalmente os fitalatos e BPA) que alteram o funcionamento hormonal normal, levando à predominância do estrogênio e maior risco de câncer. Por isso é importante evitar garrafas plásticas, bebidas quentes em copos plásticos, alimentos aquecidos no plástico, assim como alimentos enlatados, que possuem um revestimento plástico em sua camada interna.
- O consumo de álcool aumenta a produção de estrógeno, além de aumentar a reabsorção do estrógeno. Uma dose de 15g de álcool por 4 semanas aumentou em 7% o nível de estrógeno em mulheres pós-menopausa.
- Os alimentos refinados, além de afetarem a microbiota intestinal de forma negativa, o que aumenta a reabsorção de estrógeno, também favorecem para o ganho de peso, que por si só é um grande risco para o câncer de mama.
Alimentos que auxiliam na prevenção do câncer de mama
Agora que falamos dos alimentos a serem evitados, vamos falar dos alimentos a serem incluídos:
- Linhaça
- Tofu orgânico
- Brássicas (brócolis, couve flor, couve, rabanete, couve de bruxelas, aspargo, agrião)
- Fruta vermelhas, principalmente ameixa e cranberry
- Açafrão da terra (com pimenta preta)
- Própolis
- Casca de cebola e maçã
- Romã
- Folha do maracujá
- Fontes de fibras (biomassa de banana verde, alimentos integrais, psyllium)
- Chlorella
- Chá verde
- Garantir adequado níveis de nutrientes, principalmente magnésio e complexo B
ATENÇÃO! A linhaça e o tofu possuem fito hormônios (a lignana e a genisteína) e atuam interagindo com os receptores de estrógeno inibindo sua ação. O uso de tofu não se traduz no uso de isoflavona ou formas isoladas de soja, onde os resultados são contraditórios.
Um estudo conduzido com 3000 mulheres mostrou que aquelas que consumiam linhaça com frequência tinham redução entre 20 — 30% do risco de câncer de mama, assim como redução da migração das células cancerígenas naquelas que já a possuíam.
Além de seu efeito de fito hormônio, a linhaça também tem um efeito anti-inflamatório, e em apenas um mês após seu consumo, este efeito foi aumentado em 50%.
As brássicas, a chlorella e o chá verde tem um importante papel de estímulo à detoxificação e as frutas vermelhas e a cúrcuma são potentes antinflamatórios.
Para que tudo isso realmente tenha efeito, é importante que os fatores protetores estejam equilibrados com os agressores (alimentação inadequada, estilo de vida, contaminação ambiental, deficiência de nutrientes, estresse).
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